quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Porquê na Assureira?


Quando iniciei a demanda duma aldeia abandonada em Junho de 2009, um amigo pôs-me em contacto com uma amiga que há 6 anos tinha o sonho de reconstruir uma aldeia abandonada, Bordença, também uma branda de Adrão. Fiquei encantado com o espaço, cerca de 50 casas num cenário idílico de postal ilustrado, um caminho romano, uma ponte de pedra sobre um ribeiro no centro da aldeia, acessos razoáveis, vista lindíssima. Após os primeiros contactos com os proprietários (muitos herdeiros, quase todos no estrangeiro), vi que havia muita procura por turistas, fazendo disparar os preços das poucas disponíveis para venda.
Já quase a desistirmos, soubemos que na outra Branda, mais distante e pouco visível da estrada, quase desconhecida dos turistas, os preços seriam mais razoáveis, menos proprietários e mais vontade de vender, pois não interessava a ninguém. Não havia exploração das terras (ao contrário de algumas de Bordença, mais acessível), o estradão recente ficava a 300 metros, o mato invadiu quase tudo, as casas estavam quase todas concentradas e sem quintal, a água e luz longe, os caminhos deteriorados, era por isso dum fraco potencial turístico.
Dispunha de menos casas (cerca de 30), mas maiores pois a maioria serviu de 2ª habitação (Bordença era mais para o gado por estar mais próxima de Adrão), o ribeiro estava a 300 do centro da aldeia, mas banhava a maioria dos campos.
Tinha uma grande casa ainda habitável com mais de 150 m2 de superfície coberta, ideal para o projecto do retiro, mas infelizmente os proprietários que detinham ainda 4 ruinas e um terço dos terrenos pediam muito pelo conjunto, não querendo vender parte nem alugar.
Apareceram outros proprietários interessados em oferecer as suas propriedades, mas a mira dum lucro fácil fazia prever pedirem bastante. Decidiu-se que esse não era o melhor caminho na altura, havia que encontrar outras formas de abordar o assunto, de encontrar mais interessados, de ganhar fôlego.

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