quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Porquê este blog

Faz um ano que intentei ajudar a renascer uma aldeia abandonada no Gerês num projecto ecológico do tipo ecoaldeia. Acidentes de percurso fizeram-me aguentar este tempo de amadurecimento e clareza de intenções. Chegou a hora de avançar e não encontrei ninguém para compartilhar o início da concretização do sonho. Talvez o Universo me ache competente e aconselhável nesta fase não haver muitas mais vozes. Porque o tempo urge, será talvez o preço a pagar para as coisas avançarem mais depressa neste arranque.
Mas caminhando se faz este longo caminho, que começa sempre com um primeiro passo. Optei por dar início ao espaço de acolhimento dos voluntários e entusiastas da ideia, pois me parece que para chegar a um grau de comprometimento pleno, há que haver uma preparação interior, uma confiança, a eliminação do medo de se atirar de cabeça num projecto tão grande (e potencialmente frustrante).
Daí o nome “Retiro da paz” que dei a esse espaço.
“Retiro” porque “é muito comum a realização de retiros espirituais visando o aprimoramento do indivíduo e de sua relação com o sagrado…, onde um grupo de pessoas se reúnem num sítio…para orar a Deus, no entanto, possui os momentos de confraternização entre os «irmãos»” (Wikipédia). O que tem a ver com o lado espiritual, social, de reinvenção dos relacionamentos tantas vezes esquecido quando se fala em ecoaldeias, onde o lado eco(lógico) está sempre sobrevalorizado (até no nome!).
Da “paz” porque é por aí que creio ser possível modificar-nos e ao mundo actual, palavra que engloba outras como fraternidade, amor, compaixão, amizade, não-violência… que lhe estão implícitas. Por isso considero pessoalmente a palavra mobilizadora mais forte para um empreendimento colectivo deste tipo, onde a gestão de conflitos é normalmente a prova de toque e o calcanhar de aquiles da sua coesão. O “Senhor da paz” é , nem de propósito, o santuário mais próximo do local escolhido para esta aventura: Adrão, Soajo, Gerês.
Chamei “Casa-retiro da paz” ao blog, porque no fundo quero espelhar 2 sonhos: A CASA é o nome (provisório) duma forma legal possível para cobertura legal deste projecto, sigla de Cooperativa Auto-Sustentável da Assureira.
Em próximos posts, procurarei responder a algumas dúvidas que julgo pertinentes:
• Porquê uma ecoaldeia?
• Porquê uma aldeia abandonada?
• Porquê na Peneda-Gerês?
• Porquê na Serra do Soajo?
• Porquê na Assureira?
• Porquê o “Retiro da paz” no Adrão?

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